Chorava desesperadamente... sentou-se no jardim após mais uma troca de palavras bruscas com sua consciência que insistia em dizer que a culpa era sua e de mais ninguém. Se te amavam menos, se te cuidavam menos é porque insististes em parecer amada e cuida o suficiente, por si mesma. Era a mais pura verdade... se tornara a imagem da hipossuficiência. Chorava baixinho nas noites difíceis, cuidara sozinha das feridas abertas, mas agora desejava do fundo de sua alma que alguém notasse que não era mais capaz de seguir em frente sozinha, precisava que te ouvissem e te dissessem que tudo ia ficar bem. Mas não havia momento certo, sempre algo ou alguém "mais importante" se interpunha e interrompia suas tentativas de entrega, seus pedidos de socorro. Ali sentada e em prantos depois de mais uma tentativa frustrada de buscar por apoio, sentia seu peito comprimir-se, como se a qualquer momento o ar fosse lhe faltar, era a dor física do amor, da falta de amor que sentia. Mais a frente, na parte mais sólida do jardim dois anjos. lindos brincavam. Na inocência de seus 7 anos um deles notou a dor daquela alma aproximou-se e disse: "não liga pra ela Deus está aqui, Ele cuida de você" (Como assim ELA? A conciência? Mas quem...?) Falou, e antes de retornar a sua brincadeira, envolveu-a em um abraço cheio de amor, sinceridade, inocência e bondade. Era Deus confortando, amando... cuidando. Não estava totalmente só, Alguém a amava e cuidava permanentemente. Cessou o choro, retornou a sala , decidida, desistiu de dividir suas angustias, problemas, feridas e medos mesmo que qualquer um destes estivesse em carne viva... afinal, não estava mais sozinha, a bem da verdade NUNCA ESTEVE!
Há 9 anos
